segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O sexo dos objetos

Diferentemente do que se pensa, objetos não são seres assexuados. Percebi isso ao constatar que estou cercada por objetos femininos, ou melhor, objetas. Uma computadora, uma celulara, uma carra e até uma dvdéia. Tive que conviver com muitas. No início, quando eu não sabia essa verdade sobre as coisas, me impacientava com elas. Minha mãe dizia: "Lian, os objetos são como as pessoas. Têm suas crises de humor, seus altos e baixos. O melhor a fazer é se acalmar, que logo ele volta a funcionar". E assim acontecia. Mas os altos e baixos de alguns objetos eram tão frequentes, que estes não poderiam se assemelhar simplesmente a uma pessoa, mas a um tipo de pessoa muito específico: as mulheres. De lua, imprevisíveis, com crises de humor e temperamentais. A computadora, que, quanto mais se estressava com ela, mais birra fazia. Apenas com carinho e muita conversa, voltava a funcionar. As celularas que tive, que tinham um faro aguçado para coisas importantes e insistiam em me boicotar. Sentiam também as roubadas, como briguinhas e discussões, e corriam em meu socorro, desligando sozinhas, sem pudor, e ficando apagadas até o sangue esfriar. As objetas detestam se sentir pressionadas e resolvem travar ao menor sinal de urgência. Utilizá-las, portanto, em cima da hora, um erro fatal. Impaciento-me com elas, mas com um quê de condescendência, pois bem sei a quem puxaram.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Desejo


Eu queria que as pessoas ronronassem...

domingo, 12 de outubro de 2008

Dia das crianças


A criança que eu fui falava pouco e brincava muito. A criança que eu fui subia nas árvores, pendurava-se do lado de fora da sacada do terceiro andar e catava amoras e cajus no pé. A criança que eu fui chorava nas brincadeiras de Barbie porque o cachorrinho morria. Levava broncas por não conseguir verbalizar suas motivações. A criança que eu fui achava que dar uma volta no quarteirão era uma aventura. Ficava sem recreio porque não tinha feito a tarefa. Tinha cabelo de cuia e parecia um moleque, sempre arranhada e com cicatrizes. A criança que eu fui ganhava presentes do Papai Noel e do Coelho de Páscoa e se emocionava com o velhinho que se dedicava a alegrar as crianças na noite de Natal.

A criança que sou fala muito nos intervalos do silêncio. A criança que sou já não sobe em árvores, muros ou em qualquer lugar que não inspire muita confiança. A criança que sou procura saber onde está pisando. A criança que sou gosta de colo. A criança que sou não fala com estranhos. A criança que sou adora estar rodeada de outras crianças, grandes ou pequenas. Tem cabelo comprido e sem franja, mas se tiver um filho adorará que ele tenha cabelo de cuia.

A criança que fui sentia-se perdida em um mundo que ela tão pouco ou nada compreendia. A criança que sou, também.

sábado, 11 de outubro de 2008

Here comes the sun...

Depois de praticamente um mês de chuva, frio e escuridão, hoje o sol nasceu lindo!!! O dia, clarinho e amarelo. Fomos à praia e curtimos uma manhã de sol, mar, ventinho, queijo coalho, mate, só faltou o sucolé...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Família, família...


No último final de semana estive em São Paulo para ver minha família e, em especial, comemorar o aniversário da minha priminha, Priscilla. Foram dias divertidos, de comer na Liberdade, comer a comida da Tia Stella, tomar açaí, comer de novo na Liberdade... Afinal, o que faz uma família chinesa, e, principalmente a minha família, reunida, senão comer? No dia 5 foi o aniversário da Pri. A tia Stella decidiu fazer só um bolo para partirmos, mas foram chegando amiguinhos e mais amiguinhos e acabou virando uma festa superdivertida. Fiquei rouca de tanto gritar junto com a criançada. E a Priscilla... acho lindo como ela valoriza as coisas... No final da festa, sentou no colo da mãe e agradeceu: "Mommy, it was my best birthday! I had so much fun! Thank you!" ... E ficou repetindo até a Tia Stella dizer que não precisava agradecer a noite inteira!