quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Dia estranho

Hoje passei o dia me sentindo esquisita. E não era aquele esquisito normal, em que me sinto fora do meu corpo. Hoje eu estava dentro. E com dor de cabeça, tontura e um pouco de angústia. Fiz muitas trapalhadas, dormi à tarde pra ver se melhorava, fiquei com fome, comi e fiquei enjoada. A situação estava tão grave, que à noite tive que ser levada pro hospital. Pra quem não sabe, o meu hospital é o Yogoberry, onde tem o melhor frozen yogurt da cidade. Tomei sozinha um grande, de chá verde, com calda de maracujá, lichia e tangerina. Senti o efeito do remédio imediatamente. Já sou outra.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Já foi tão simples um dia...


Hoje a nossa professora, Maria Esmeralda, estava falando sobre atuar. Acreditar no faz-de-conta, entrar no jogo. Fazíamos tanto isso na infância... Um dia o acreditar torna-se artificial e temos que aprender a ser crianças novamente. Bem, minha última brincadeira de boneca não faz muito tempo. Menos de uma semana, pra ser mais exata. Anos atrás era rotina diária. Mas a Marina não deixava barato. Apesar da minha vontade, as Barbies nunca tinham uma vidinha fútil de compras e felicidade. A Marina armava dramas e suspenses que dariam filmes. Tínhamos uma coleção de cachorrinhos em miniatura, cada qual com uma raça. Quando ela escolhia um deles para ser o cachorro da brincadeira, eu resistia. Não queria cachorro. Ela me prometia que não aconteceria nada trágico com ele. Eu acabava concordando, mas, ao longo da brincadeira, o bichinho ficava doente, morria. As pessoas desapareciam misteriosamente. A mãe tinha câncer. Eu chorava, sofria. Sabia que era faz-de-conta, mas entrava no jogo com toda minha alma. Hoje faço curso de teatro para aprender o que um dia foi tão natural: brincar.

domingo, 9 de novembro de 2008

A alergia e as alegrias


Para mim, o grande equívoco da natureza é a maldita alergia. Existe armadilha maior do que ter um corpo que reage negativamente a coisas deliciosas e encantadoras? Graças a deus, não tenho restrições a nenhum alimento. Mas tenho muita alergia de cães e gatos. E os adoro. Tenho um desejo irresistível de me aproximar, pegar, brincar, fazer carinho. Mas as consequências são infernais: sentir a garganta arranhando, espirrar, ficar empolada e com coceira, ter o olho irritado. Isso tem me feito pensar duas vezes antes de me aproximar de um bicho. Ao passear em shoppings, não entro mais nos pet shops. Mas, quando aquele gatinho se aproxima manhoso se esfregando todo em mim, não resisto. Abraço, aperto, me esfrego.
Mas ultimamente tenho pensado que esse grande mal, a alergia, retrata muito bem as alegrias, em especial o amor. Pois o amor é tão ambíguo quanto. Existe a parte irresistível, deliciosa, infinitamente doce. Mas não existe amor sem o depósito de uma grande energia, aquilo que damos de nós e que nos é sacrificante, dolorido. Para que o amor se efetive, damos algo de visceral. O ronronar, mas o espirro. Tudo junto. E é assim que se ama. Mas enfrentamos as consequências. Aceitamos espirrar, coçar, empolar, porque sabemos que vale a pena.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Trabalho, eu faço no meu tempo e no meu ritmo. Mas o ócio - coisa séria -, com ele sou extremamente regrada. Ócio é sagrado.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sob nova direção

Esses dias estou me arriscando a dirigir aqui no Rio. Além de me perder por toda a cidade, descubro novas normas de trânsito. Por exemplo, descobri que, aqui na cidade, ficar com o pisca-alerta ligado torna o carro invisível. Quando o carro está nesse estado, tudo é permitido: estacionar em lugar errado, parar no meio da rua, andar pelo acostamento. Aprendi rápido. E, é claro, não pude deixar de usar esse recurso carioca. É vero: tem facilitado bastante minha vida.