quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Hoje voltamos ao local do concerto de ontem.

O que procurávamos?

Ele, um novo professor de sitar.

Eu, alguma coisa para mim. 

É uma casa de música. E é uma casa de músicos há gerações. E eu sabia que não faria o menor sentido agora aprender algum instrumento. Mas eu queria estar ali. E eu queria estar perto daquele homem. E, mesmo que tudo aquilo parecesse absurdo, eu fui procurá-lo porque ele foi a pessoa que, aqui, conduziu-me para o mais próximo possível do que eu chamaria de deus.

Pois bem. Eu fui procurar deus na casa de um músico.

É ridículo, eu sei.

Mas ele tinha algo para mim: eu poderia ter aulas de meditação com vocalização. Levou-me para a sala de cima, frente à imagem de Saraswathi, entoou mantras e cânticos religiosos de diferentes religiões e me mostrou:

- Está vendo? Pode ser Shiva ou Alá. É tudo uma coisa só. É ohm, a vibração do universo.

Eu nunca quis um guru. E nunca gostei que me apontassem caminhos ou sentidos ou verdades.

Mas eu quero vibrar com o universo.

- Eu não canto nada – alertei-lhe.

- Não faz mal. Vai sair de dentro e você vai aprender a vibrar. Olhe só: quando você canta para deus, de braços abertos e cabeça erguida, você libera a tensão deste ponto do corpo. Quando você canta nesta outra postura, você recebe energia aqui – ia me mostrando.

E completou:

- Yoga é ótimo para se conectar. Mas música... Música é mais yoga do que yoga.

De repente fez todo sentido.

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